“Como pode? Tinha que quebrar justamente agora que estamos nesse atropelo danado?” É bem assim, as máquinas agrícolas quebram ou deixam de funcionar corretamente sempre no momento em que mais se necessita de seu uso: verdade? Sim, a mais pura verdade. E quem é do campo sabe muito disso. É importante destacar que a utilização do maquinário agrícola, na maior parte dos casos, é sazonal, havendo um período de parada. E por paradoxal que pareça, esse tempo parado é que acelera a deterioração de alguns componentes, fazendo com que no uso subsequente haja a ruptura ou o mau funcionamento. Claro que poderia ser aproveitado o período parado para fazer as revisões. Fato que às vezes ocorre, mas nem sempre.
A ruptura de componentes ou o mau funcionamento de um conjunto mecânico está relacionada a vários fatores, mas podemos agrupar as causas em dois tópicos: manutenção e operação. Quando manutenção e operação correm bem e lado a lado, as quebras desaparecem ou se reduzem quase a zero. Portanto, operadores bem treinados e cônscios de suas responsabilidade, uma equipe de manutenção qualificada e local com ferramental adequado são a solução para que não ocorram as quebras nos momentos de maior necessidade.
O que mais quebra por falta de manutenção? Eixos, buchas e mancais, rolamentos, engrenagens, cruzetas e acoplamentos, molas e hastes ou alavancas.
O que deixa de funcionar por falta de manutenção? Motores, sistema hidráulico, sistema de combustível, lubrificação, componentes destinados ao controle de temperatura, sistemas de frenagens.
Manutenção permanente e com planejamento adequado à realidade local é a solução. Planejar a manutenção nos momentos propícios e executá-la de forma correta, eis o que deve ser feito para se evitar quebras e mau funcionamento. Parece simples, mas diante da nossa realidade atual é algo bastante complexo de ser implantado nas propriedades rurais.
Investir em manutenção
Investir na manutenção e na operação é o caminho para uma vida longa do maquinário e sem surpresas de quebras e atropelos na hora de executar os serviços tão necessários que a máquina possibilita, e assim usufruir dos lucros indispensáveis para o agronegócio. Vivemos um momento de prodigioso desenvolvimento tecnológico, mas, ao mesmo tempo, ainda carecemos de recursos humanos qualificados para fazer frente às novas tecnologias. O mundo virtual e a IoT (internet das coisas) estão marcando forte presença no maquinário agrícola, mas não basta apenas dominar o virtual, pois o universo rural é uma realidade bastante complexa e que exige conhecimentos técnicos operacionais muito além do virtual.
Máquinas agrícolas trabalham com grandes capacidades de forças, muitos HPs de potência e esforços torcionais para transmissão dessas forças, o que exige muita atenção e pleno domínio do operador. Deve-se manter vigilância permanente, pois qualquer descuido virtual causará estragos violentos. A distância entre o virtual e o real, apesar de tênue, nesse caso, pode ter um significado perigoso. Um simples toque inadequado no monitor touchscreen ou um deslocamento exagerado no joystick é o suficiente para desencadear rupturas significativas.
Fonte: https://revistacultivar.com.br/